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Evacuação Aeromédica de Emergencia

Transporte Aeromédico e

Resgate Aeromédico

Na PMMG

 

Dr. Rômulo Augusto da Cruz, Jr., 1° Ten.Méd., Autor

Dr. Ricardo Hernane L. O. Gonçalves, Cap.Méd., Co-Autor

Sr. Antônio Expedito Ribeiro, Ten.Cel. PM , Co-Autor

Introdução

Para o completo entendimento desta exposição, face aos diversos sentidos que apresentam o termos técnicos em nosso meio, definiremos os termos a seguir:

 

  • Transporte Aeromédico: Operação de remoção com emprego de meios aéreos, compreende três modalidades básicas, a saber: Resgate: Operação de caráter emergencial, da cena do evento à Centro Médico de Referencia, através da utilização de pessoal médico e paramédico especializado, assim como metodologias e equipamentos de suporte avançado de vida, nos quais a estabilização do paciente é realizada à bordo e à caminho do Centro Médico de Referencia. Remoção: Operação de remoção, de caráter eletivo, sempre inter-hospitalar, efetuada desde que apresente o paciente condições para tal e a remoção não representa riscos imediatos de agravamento do quadro clínico do paciente, através da utilização de recursos materiais e metodologia de suporte avançado de vida. EVAM: Sigla Militar para evacuação aeromédica, nos quais pode-se utilizar características de Resgate ou Remoção, com amplo emprego em acidentes de massa e catástrofes.
  • Acidentes de massa: evento não programado, porém previsível, envolvendo mais que três vítimas requerendo assistência hospitalar, demandando mais que duas equipes para socorro imediato e tratamento hospitalar, com duração das atividades na cena limitada à poucas horas. Exemplo clássico: Acidente de ônibus, incidentes em presídios.
  • Catástrofes: eventos não programado, geralmente não previsível, envolvendo mais de dez vítimas, com duração de mais de dez horas na cena, requerendo assistência multidisciplinar e revezamento de equipes. Exemplo clássico: desabamentos com soterramentos, catástrofes naturais, acidentes de aviões de grande porte.
  • Classificação cromática internacional de gravidade: código internacional visando ordenar e priorizar a assistencia médica e transporte de traumatizados, definido conforme a seguinte escala: vítima branca: não requer remoção imediata para centro médico. Vítima Verde: requer remoção não prioritária para hospital, podendo o transporte ser eftuado em ambulancias básicas, sem a presença de pessoal médico. Vítima Amarela: requer remoção rápida para Centro Médico, imobilizada e com pessoal assistencia de para-médico. Vítima Vermelha: Necessita de reanimação/cuidados intensivos/estabilização para transporte imediato, com adoção de técnicas e equipamentos de suporte avançado de vida e pessoal médico capacitado. Vítima Preta: Óbito ou gravidade tais que inviabilizem a remoção, na presença de uma vítima Vermelha. Caso existam vítimas amarelas com possibilidade de evolução para o grau Vermelho, estas terão prioridade de transporte sobre as vítimas pretas.

A presente exposição visa demonstrar a exeqüibilidade de um programa de emprego de recursos humanos e logísticos que permitam à Polícia Militar dotar seu efetivo, bem como os dependentes e pensionistas amparados pelo IPSM , de recursos de ponta, relativos à remoções e resgate, seja terrestre, seja aéreo, os quais apresentem-se classificados como Amarelos ou Vermelhos, conforme a escala cromática internacional de classificação de traumatizados, seja em operações de resgate, remoção ou EVAM.

A PMMG, acompanhando a evolução e a exigência dos novos tempos, vem efetuando de maneira não sistemática o transporte de Militares e dependentes, através da utilização de recursos próprios, que no entanto não são adequados e podem inclusive representar risco aos transportados, seja através da utilização de empresas que prestam o serviço, mediante acionamento, nem sempre com a presteza necessária e sempre, com prejuízo econômico à PMMG ou IPSM.

Os autores propõem a criação de um serviço com cunho operacional, visando o apoio imediato aos Militares envolvidos em operações Policiais Militares que apresentem elevado e previsível risco, com mecanismos hábeis para resolução de emergências de natureza médica, através de ações de suporte avançado de vida e remoção imediata para o ambiente hospitalar, assim como um serviço de remoções aeromédicas em apoio ao IPSM/HPM, em regime de plantão, com cobertura nas vinte e quatro horas do dia, sete dias por semana, limitados apenas e tão somente pelas condições técnicas para a efetuação das missões.

Por limitações técnicas, entenda-se falta de condições clínicas apresentadas pelo paciente para a remoção, condições climáticas adversas, falta de meios materiais [ aeronaves disponíveis, etc.], situação tática ou estratégica que impeça outras remoções concomitantes, etc.

Motivos

A Polícia Militar de Minas Gerais apresenta um efetivo de mais de 40.000 homens na ativa e cerca de mais de 70.000 dependentes, quando considerado o IPSM, resultando em um numero em torno de 120.000 vidas amparadas pela PMMG/IPSM.

Somado à esse aspecto, a atividade Policial Militar reveste-se de riscos próprios, sempre elevados.

Não temos conhecimento de estatísticas oficiais no âmbito da PMMG sobre o número de acidentados graves, seja por acidentes automobilísticos, seja por Projetil de arma de fogo, seja por arma branca, contudo, aproveitando-nos das estatísticas oficiais sobre trauma no Brasil, podemos concluir que no mínimo, são iguais aos valores encontrados nas grandes capitais, segundo levantamentos da Sociedade Brasileira de Assistência inter-disciplinar ao traumatizado ( SBAIT), sejam os traumatismos causados por arma branca, arma de fogo ou acidentes de tráfego.

Nesse sentido, é sabido que as vítimas de traumas graves tem 80% de chance de evoluírem ao óbito nos primeiros 45 minutos após o evento, desde que não tratadas neste intervalo. É sabido também que, quando submetidas ao tratamento imediato, essas vítimas apresentam uma mortalidade de apenas 20%, sendo que neste valor, considera-se os 15 % que provavelmente sofrem óbito imediato ao evento. Este índice encontra valores semelhantes, quer sejam os dados colhidos no Brasil, seja na Europa, demonstrando a eficácia e necessidade de rápida instalação de cuidados imediatos e suporte avançado de vida às vítimas de traumas diversos. O Trauma é assim, em suas diversas modalidades, a entidade nosológica responsável pelo maior numero de óbitos imediatos, em nosso meio. O índice pode ser muitas vezes maior, pois exclui-se da estatística os óbitos ocorridos após a hospitalização, porém ainda decorrentes do trauma, per si.

Tem sido observado, seja na Europa, seja no Brasil, nas capitais onde foi implantado os chamados serviços de resgate, que embora o número de traumas tenha aumentado, quando considerado o período de 1990-1999, o número de óbitos aumentou relativamente pouco, demostrando a eficácia da adoção de serviços de suporte de vida no período imediato ao trauma.

Queremos, para nossos Militares, trazer a excelência de um serviço desta natureza, com reflexos imediatos na saúde e moral de nossos irmãos de farda, visto que recursos para tal existem hoje, estando apenas não direcionados à obtenção deste objetivo.

O IPSM engloba uma malha em nível regional representativa. Os hospitais de referencia para a PMMG localizam-se primariamente em Belo Horizonte. Não é incomum a solicitação de transferência de pacientes do interior para a capital, alguns com quadro clínico crítico, outros em franca emergência médica.

Minas Gerais possui dimensões físicas maiores que os países europeus, com malha rodoviária nem sempre satisfatória ao rápido afluxo à capital. Citando-se apenas o exemplo da Alemanha Ocidental ( antes da Unificação), havia, em todo o país, à cada 50 km de raio, duas aeronaves, fazendo com que 100% do país estivesse coberto, através do uso de aeronaves civis ( Automóvel Clube Alemão, ADAC), Força Aérea e Exército. Na experiência alemã, para cada Marco investido no serviço de resgate revertia 4 Marcos para o Estado, através da manutenção dos cidadãos em situação produtiva, e através da redução dos gastos com hospitalização e recuperação de acidentados.

Socorrimento Público?

Sabemos hoje que, com a modernização da sociedade e governo, assim como seus mecanismos de interação, uma instituição necessita de prestígio político e social para manter-se me condições de reivindicar suas recursos para satisfação de suas necessidades. Historicamente, a PMMG sempre foi a instituição à qual os mineiros recorrem no primeiro momento, mesmo nos caso de acidentes de tráfego.

O desmembramento do CBMMG da PMMG mudou muito pouco isso, e não acreditamos que, a médio prazo, tal situação venha a mudar, principalmente quando considerada a quase onipresença da PMMG em Minas Gerais. Dificilmente o CBMMG conseguirá se equiparar à PMMG quanto à esse aspecto.

A população, quando recorre à PMMG o faz em busca de conforto e resolução de seus problemas, seja no aspecto de resolução de conflitos, aplicação da lei e da ordem, seja no aspecto assistencial. A não satisfação dessas necessidades gera frustração que tende a se alastrar, refletindo na imagem da Corporação perante a sociedade e, em ultimas análise e como conseqüência, perante si própria.

O socorrimento público, cuja atribuição constitucional não foi destituída a PMMG através da PEC que criou o CBMMG, poderá vir a ser, caso implementada, como uma importante ferramenta de formação de opinião, por atuar imediatamente na imagem da Corporação.

Para tal, é prevista dotação orçamentária própria, via Governo Federal, através do registro junto ao Ministério da Saúde de profissional de saúde nosso, ligado ao sistema, na qualidade de Gestor do Sistema de Resgate, em Minas Gerais. O CBMMG ainda não o fez, e o tempo se esgota rapidamente para que o façamos, através da PMMG.

Assistência Imediata ao Pessoal Operacional

O Policial Militar, principalmente quando em serviço operacional, está sujeito à uma série de riscos, que se multiplicam nas operações que envolvam o crises ou massa. Nada mais justo, que não sendo possível diminuir os riscos, seja fornecido amparo imediato em caso de infortúnio.

Além do mais, o Policial Militar paga pelo direito de acesso aos serviços médicos e nada mais justo então que tenha ele acesso ao que de melhor é oferecido, em nível Brasil, pelos planos de saúde equivalentes, no meio civil.

Sabidamente, a utilização de recursos internos, no caso específico da área médico-hospitalar, é fator significativo de economia e geração de recursos, uma vez ocorrido um fato que demande a necessidade de tais serviços. O único mecanismo efetivo de economia, superior à utilização de recursos próprios seria a prevenção eficaz da ocorrência de tais eventos.

A Polícia Militar, através de seus QOS, QOPM e QPE tem pessoal capacitado para emprego, desde que mobilizados e treinados para tal, em operações de socorrimento, seja interno, seja público. A PMMG possui também, nos dias atuais, o pessoal técnico e equipamentos para de imediato, oferecer este tipo de assistência ao nosso pessoal .

Para tal falta à Polícia Militar apenas a metodologia e filosofia de emprego de recursos para a ativação de um serviço moderno, barato e eficaz de transporte aeromédico, com opção, a nosso ver mandatória, de uma força de pronta-resposta médica, atuando em moldes operacionais, com coordenação médica atuando conjuntamente à coordenação dos COPOM’s, ou diretamente ligado ao CeGeCoP, dado o âmbito estadual do Sistema.

Nesse aspecto, a Polícia Civil, através expoentes de seu quadro médico, adiantou-se à PMMG, criando e equipando um serviço médico adaptado ao tipo de operações desempenhadas por aquela corporação com condições de elevada resolutividade para apoio às operações de elevado risco efetivados pela Polícia Civil.

As Forças Armadas contam, no Brasil, com efetivos dos serviços de saúde prontos para o emprego em situações operacionais de guerra. Isso faz, inclusive, parte das atribuições básicas de seus Quadros de Saúde.

Na PMMG, os autores, que lidam e fazem parte do QOS, podem afirmar que a PMMG possui Militares desses quadros com vocação francamente operacional, quanto ao emprego em atividades de saúde. Os autores gostariam inclusive, de que a atuação do quadro de saúde não fosse tão massivamente apenas assistencial. Sabemos que no âmbito da PMMG, é esse um assunto relativamente delicado, mas sabemos também da existência de recursos e da necessidade da reformulação do emprego e criação de um serviço de apoio avançado aos nossos Militares.

Como exemplo, a US Navy possui um serviço de saúde no qual o pessoal médico Militar atua integrado ao pessoal operacional das diversas especialidades, e em sua formação são previstas normas de conduta relacionadas ao funcionamento básico das embarcações, sistemas de propulsão, comunicação, transporte e apoio, bem como instrução de combate. O Serviço médico da US Navy tem sido empregado nos USA e em outros países, com no caso do primeiro dos dois grandes terremotos ocorridos em 1999 na Turquia. A principal característica desse serviço é a discrição. Ele atua, onde preciso, sem que lhe seja determinado, pois foi treinado, possui as normas de conduta e sabe onde e como atuar, usando os recursos que estejam disponíveis. Pois bem, à PMMG gostaríamos de ver um serviço com esta filosofia de emprego, e para tanto sugerimos que o pessoal médico envolvido nos serviços de emergência sejam instruídos e treinados nos misteres das operações Policiais Militares, assim como gerenciamento adequado dos recursos da PMMG, visando que, de forma integrada e discreta, possa ser a missão executada com máximo aproveitamento e resolutividade. A US Navy foi citada, por ser, indubitavelmente, a corporação Militar cujo quadro de saúde apresenta a maior evolução, tanto em termos de recursos humanos, logísticos e filosofia de emprego, devendo pois, ser considerada como meta, mesmo que, por enquanto, inatingível.

E, apesar da existência do serviço de Resgate, mantido pela Prefeitura de Belo Horizonte e CBMMG, continua a PMMG a prestar um sem número de operações assitenciais ( A01.000), inclusive ao público externo.....

 

Citaremos os recursos dos quais dispomos, ou aqueles passíveis de se conseguir e em seguida, os modelos de emprego.

 

Recursos Humanos:

A PMMG possui em seus quadros pessoal de nível elevado, quando comparados com seus equivalentes em outras forças e no meio civil. O custo do pessoal médico na PMMG é indubitavelmente menor quando comparado com serviço equivalente no meio civil, assim como menor também é o custo de pessoal especializado ( pilotos, mecânicos e enfermeiros), inclusive pelo fato de não se demandar novos aumentos de efetivo, para esta finalidade.

Sugerimos que os Oficiais na função de pilotos, sejam submetidos aos cursos de Socorrista e Técnico de Emergências Médicas, assim como as Praças envolvidas nas missões.

Sugerimos sejam os Oficiais do Quadro de Saúde submetidos aos cursos de Operações Especiais, Salvamento em Alturas e ATLS, caso se opte pelo emprego operacional das tripulações em apoio ao gerenciamento de crises.

Sugerimos também, que sejam os integrantes treinados em conjunto e reunidos em equipes fixas, visando a maior integração dos Militares, criando laços de amizade e conhecimento mútuos que resulte na melhor efetividade quando no emprego nas missões.

 

Recursos Logísticos:

Como o serviço tem emprego em nível estadual, deve-se considerar pois os recursos disponíveis em âmbito estadual. A PMMG possui helicópteros, exceto dois, cuja montagem foi previsto cablagens e sistema de oxigênio visando sua conversão para transporte aeromédico. Tais aeronaves são ideais, em termos de custos e operacionalidade para emprego em distancias que não excedam os 100 quilômetros. O custo da hora voada na PMMG, Segunda dados desatualizados ( jun98) , situa-se em torno de 450 Reais a hora de vôo, contra 950 reais dos serviços equivalentes no meio civil. São aeronaves ideais para a realização de operações de resgate, embora possam realizar satisfatoriamente as operações de remoções, desde que quando empregados em distancias não superiores à 100 quilômetros, devido ao enorme custo operacional versus a resolutividade da operação.

Contudo, o Governo do Estado, através do GMG, possui um EMB-110 Bandeirante, prefixo PP-EMG, cujas informações preliminares dão conta de que, após revitalização sofrida a pouco tempo, estaria sendo vendido à terceiros, com forte possibilidade de vir a ser cedido para a Secretaria de Segurança Pública. Sabemos que o CBMMG também pleiteia essa aeronave.

O EMB110, seria uma aeronave satisfatória à PMMG à realização de transporte aeromédico e EVAM, graças à sua capacidade superlativa de carga e espaço interno. Ë a aeronave que executa esse tipo de missão de forma rotineira na FAB. Seu custo operacional situa-se em algo em torno de 1,45 Reais por quilometro voado. Pode ser utilizada como transporte VIP e como transporte Tático, visto ter a capacidade, quando configurada para tal, de transportar até 19 homens equipados. Tal aspecto permitiria, em paralelo à atividade aeromédica, o translado de times táticos, por exemplo, para as localidades onde de imediato se faça necessária sua presença. Esta aeronave já faz parte da frota do GM, sendo sua transferencia à PMMG mais factível em tese, que a compra de uma aeronave outra.

Outra alternativa, visando ampliar o raio de emprego de aeronaves de asa fixa, seria que a PMMG pudesse ser dotada de aeronaves do tipo King Air C-90, que, sendo pressurizadas, permitiria não deixar lacunas quanto à gravidade dos pacientes s serem transportados. O custo de aquisição de aeronave usada, em boas condições, oscila entre 600.000 dólares e 120.000 dólares, sendo que o custo operacional situa-se em torno de 1,20 reais o quilometro voado. As únicas limitações seriam relativas às missões com mais de três horas de duração ( com paciente à bordo). Em Minas Gerais, isto não configura problemas. Como exemplo, uma missão típica Brasilia-Rio de Janeiro é cumprida em 2 h e 15 minutos.

Comparativamente, a PMMG compra serviços de remoção aérea por valores em torno de 3,60 reais o quilometro voado mais honorários de 600 à 3000 reais devidos às equipes médicas.

No aspecto terrestre, seria necessário equipar-se uma UTI móvel, cujos custos de aquisição situam-se em torno de 50.000 dólares, completamente equipada. Tal custo pode cair para meros 10.000 dólares, se lembrarmos por exemplo, que jazia no pátio da 7*Cia PRv um ônibus de tamanho médio, que após ter sido revisado e colocado em plenas condições de uso, estava para ser descarregado. Pois bem, tal veículo apresenta condições perfeitas para ser equipado como UTI/Centro Médico de emergência, com capacidade plena para apoio imediato às operações Policiais Militares revestidas de risco acima do comum.

Sugere-se seja dotada a PMMG, nas compras futuras, de ambulâncias básicas passíveis de serem convertidas rapidamente em unidades móveis de terapia intensiva, permitindo que as equipes de pronta resposta médica possam efetivamente atuar onde quer que sejam seus serviços necessários. Tais ambulâncias inclusive algumas forma adquiridas, utilizariam plataforma Renault, de custo muito inferior às Mercedes Sprinter, em substituição às ambulâncias Fiat Fiorino, inadequadas ao atendimento medico de emergência.

Cabe lembrar que o Ministério da Saúde, através da Portaria 824/99, de julho de 1999, determinou a reclassificação das ambulâncias quanto ao tipo ( A, B, C, D e E), determinando as situações de seu emprego, bem como o equipamento de devem possuir tais ambulâncias. As unidades de suporte avançado de vida, onde por resolução do Conselho Federal de Medicina e portaria do Ministério da Saúde deve atuar o profissional médico, são classificadas como tipo D, sendo que as UTI’s aéreas são classificadas como tipo E, com dotação de equipamentos semelhante às ambulâncias do tipo D. Comparativamente, as ambulâncias Fiorino, largamente empregadas em nosso meio, são classificadas como tipo A, e prestam-se ao transporte de pacientes classificados como Verdes, apenas e tão somente.

Sugerimos também, uma vez criado um serviço efetivo de emergências médicas, seja o HPM, através de seu Pronto Atendimento, integrado à rede radio do COPOM, visando assim sejam preparados os recursos necessários ao atendimento de emergência à caminho, bem como as orientações suplementares que possam demandar de tal ação.

E sobretudo, sugere-se que o HPM possa efetivamente ser referencia em medicina de emergência cirúrgica ao nosso pessoal, através da transformação de seu Pronto Atendimento em Pronto Socorro, visto que os recurso para tal, quando analisados sob a ótica material e pessoal não seriam tão expressivos.

No sistema ideal, quaisquer que sejam as afeccões apresentadas pelos Militares e segurados do IPSM, o Hospital Militar deveria ter condições de ser a referencia com efetivo poder de resolução. Sugerimos, seja gradativamente o HPM, inicialmente através de seu Pronto Atendimento, dotado de recursos para que se crie um efetivo serviço de emergências médicas, a exemplo do que pode ser observado na PMSP, evitando assim que nossos Militares sejam continuamente encaminhados aos Hospitais de Emergência de Rede pública, como é o caso do H. João XXIII. Da mesma forma, utilizando-se mito da estrutura atual, sugerimos que sejam criados mecanismos de forma a limitar que casos originados no HPM sejam desviados para a rede conveniada, trazendo assim relativo conforto aos nossos usuários e, ao mesmo tempo, economizando e gerando recursos que seria aplicados em instituições de saúde internas à PMMG.

O HPM possui excelente área, já analisada por um dos autores, piloto-privado, conjuntamente à Oficiais do antigo BME ( hoje CiaRPAer/CoRPAer), para vir a ser utilizada como heliponto, a fim de levar a cabo o que propomos.

 

 

Modelos de Emprego:

Os autores propõe, por meio deste, pelo menos três modelos de emprego básicos, com conseqüentes desdobramentos, a partir de então, a saber:

 

 

  • Modelo assistencial básico: Prevê um serviço básico de remoções aeromédicas, de caráter eletivo, inter-hospitalar, baseado nos recursos existentes, tanto no aspecto logístico quanto de pessoal. Tal serviço, de natureza especializada, seria composto por Militares dos QOPM, QOS e QPE, irmanados no objetivo de oferecer aos usuários do plano de saúde do IPSM e Militares da Ativa a remoção imediata, de onde e para onde necessário, com qualidade superior ao oferecido pelos principais planos de saúde atualmente existentes no Brasil. Tal modelo, visando evitar-se o subemprego de recursos, poderia ser "vendido" às corporações co-irmãs, com margem de lucro mínimo, mantendo assim a proficiência das equipes e ganho político inegável, junto às supracitadas corporações, bem como outras, Militares e não Militares, em nível estadual e nacional.
  • Modelo assistencial operacional: Seriam incorporados ao serviço de remoções a atribuição de executar o serviço de resgate, em apoio às operações Policiais Militares de elevado risco imediato, tais como ocupação de aéreas críticas, gerenciamento de crises, ameaças a bomba, distúrbios sociais e revolta em presídios, dentre outras. Para tanto, seria sugerido que os Militares envolvidos no processo pudessem ter acesso aos mesmos cursos operacionais que os oficiais do QOPM, sendo que estes se submeteriam aos cursos de Socorrista Básico e TEM, a fim de, com cada qual em sua área de atuação, virmos a constituir uma equipe homogênea voltada ao atendimento de nosso próprio pessoal, conforme citado anteriormente.

 

  • Modelo assistencial misto: Público interno e público externo: Embora tenha havido o desmembramento do CBMMG da PMMG, é a PMMG que possui elementos seus distribuídos em todos os municípios mineiros. Ë a PMMG que mantém a Polícia Rodoviária Estadual. Desta forma, encontra-se a PMMG logisticamente distribuída apta a de imediato, estar presente e atuante nos primeiros momentos dos acidentes simples e de massa, bem como nas catástrofes. Os custos de manutenção de tais serviços poderiam ser parcialmente subvencionados pela Secretaria de Estado da Saúde, visto que, diferente dos convênios firmados pelo CBMMG, de âmbito municipal, estaria a PMMG atuando sem limitações em seu meio: o estado de Minas Gerais. Os benefícios políticos e à imagem da PMMG são imediatos, desde que se tome os cuidados de se manter a caracterização dos veículos e uniformes empregados nas operações. Ë preciso salientar-se a vigência de convênio entre o DER-MG e a Policia Rodoviária Estadual relativo à assistência à acidentados nas rodovias mineiras. A Polícia Rodoviária Federal, inclusive como mecanismo para tentar garantir sua sobrevivência, lançou recentemente serviços de resgate nas principais rodovias federais. O retorno à imagem é um fato.

 

Conclusão:

Lembramos que o transporte aeromédico é matéria especializada, e seu grau de complexidade suplanta a de um ambiente de Centro de Terapia Intensiva, por exemplo, primeiro por lidar com pacientes ainda não completamente estabilizados, no caso da remoção, e com pacientes completamente desestabilizados, aliado à exposição a ambientes que constituem per si, como agravantes da condição clínica, no caso das operações de resgate. Não se justifica, portanto, ética e legalmente, que as operações de transporte de pessoal enfermo classificado como Amarelo ou Vermelho se faça sem a necessária especialização, quanto à dotação de recursos médicos e materiais.

A PMMG conta com pelo menos dois Militares do QOS aptos a executarem tais operações, e que inclusive atuam no meio civil nesta atividade, sendo que, no estágio atual, são os dois únicos Médicos da PMMG certificados pelo antigo Ministério da Aeronáutica para a realização de tais operações, a bordo de aeronaves de matrícula brasileira. Esses Oficiais, instrutores de Medicina Aeroespacial, se prontificam a treinar o efetivo necessário à implantação do sistema.

A criação de um serviço de remoções, serviço de remoções e resgate ou serviço de resgate operacional Policial Militar é um objetivo que buscamos, cujo único e principal beneficiário são as vítimas que por ventura venham de um recurso desse porte necessitar.

Visto a PMMG envolver-se diariamente em situações de risco previsíveis, porém não evitáveis, a existência de um serviço médico de emergência voltado ao apoio de nossos Militares é uma exigência dos novos tempos, como imediato retorno com reflexos diretos na saúde e moral de nossa tropa.

Os recursos para a implantação de um serviço de emergências médicas não é levado, principalmente por contar a PMMG com, pode-se dizer, 90% dos recursos necessários e, principalmente, pela economia gerada pela manutenção de nossos quadros vitimados como maior possibilidade de retorno à suas atividades profissionais, no menor intervalo de tempo possível.

Em qualquer caso, o moral de nosso pessoal será acrescido, com evidente economias de recursos. Caso se opte, em um tempo ulterior ao emprego nas operações de socorrimento público, esse retorno trará reflexos políticos imediatos e duradouros.

Os autores tem o Know-how e experiência necessários à implantação do sistema, assim como, principalmente, resgatar à PMMG o seu quadro de saúde, com benefícios diretos à Corporação.

 

Belo Horizonte, fevereiro de 2000.

Autores: 

 

Dr. Rômulo Augusto da Cruz, Jr., 2° Ten.Méd., Autor, Oficial-Médico da PMMG, Neurologista, Aeromédico, Membro Efetivo da SBAIT ( Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado), Lotado no Hospital da Polícia Militar, Belo Horizonte, Neurologista do Hospital de Pronto Socorro de Venda Nova, da FHEMIG. Intensivista do Hospital João XXIII, da FHEMIG, 215 horas de vôo Aeromédico, 250 horas de vôo, monomotores.

Dr. Ricardo Hernane Lacerda G. de Oliveira, Cap.Méd., Co-Autor, Oficial-Médico da PMMG, Cardiologista, Intensivista, Aeromédico, Lotado no Hospital da Polícia Militar, Belo Horizonte, Cardiologista do Hospital Vera Cruz, Belo Horizonte, 50 horas de vôo aeromédico.

Sr. Antônio Expedito Ribeiro, Ten.Cel. PM, Co-Autor, Oficial da PMMG, Administrador Hospitalar, Diretor Administrativo do Hospital da Polícia Militar, Belo Horizonte.